Cientistas da Universidade Carlos III de Madri, na Espanha, propuseram um sistema integrado para testar e reproduzir o fenômeno da consciência em sistemas artificiais.
Batizada de CERA (Conscious and Emotional Reasoning Architecture), a plataforma integra diferentes componentes cognitivos para controlar robôs de forma autônoma. O programa é controlado por parâmetros que regulam diferentes funções cerebrais, como a atenção, a contextualização e os reflexos.
Batizada de CERA (Conscious and Emotional Reasoning Architecture), a plataforma integra diferentes componentes cognitivos para controlar robôs de forma autônoma. O programa é controlado por parâmetros que regulam diferentes funções cerebrais, como a atenção, a contextualização e os reflexos.
Consciência artificial
Raúl Arrabales Moreno e Araceli Sanchis de Miguel partem do pressuposto de que os atuais avanços das neurociências já são suficientes para permitir a reprodução artificial do funcionamento do cérebro.
Segundo eles, sistemas de imageamento "como a tomografia por emissão de pósitrons (PET) ou a ressonância magnética funcional (fMRI) permitiram começar a compreender como funciona o cérebro humano e a desmistificar o fenômeno da consciência."
Um simpósio recente que reuniu os maiores pesquisadores europeus na área das neurociências concluiu justamente o contrário, mas isso não impediu que os pesquisadores espanhóis começassem a criar os seus primeiros experimentos de "consciência artificial."
Cognição robótica
A arquitetura CERA integra diferentes componentes cognitivos em um sistema para controle de robôs móveis autônomos que, segundo os pesquisadores, foi "projetado para ser um ambiente de investigação no qual podem ser testados diferentes modelos de consciência e de emoções."
Composto por três camadas, o modelo de consciência racional se encontra na mais interna, a camada núcleo. A segunda acrescenta os sistemas cognitivos específicos do problema e a camada física contém a definição dos sistemas sensoriais e motores específicos do robô.
"Ao implementar um modelo de consciência se espera que sua aplicação seja de utilidade em situações reais, com capacidade de processar uma grande variedade de estímulos e de se deparar e responder a situações desconhecidas," diz Arrabales, acrescentando que eles ainda não se sentem capazes de construir um robô com um nível de consciência de um ser humano adulto, embora acreditem ser possível reproduzir mecanismos como o de atenção.
Self robótico
A capacidade de refletir acerca de si mesmo, a autoconsciência, é um dos maiores desafios dos pesquisadores e o mais difícil de simular em máquinas.
"Para que um sistema de memória seja capaz de armazenar uma experiência pessoal é necessário que exista um modelo do 'eu' na mente," diz o pesquisador. Outro ponto problemático é a introdução de fatores psicológicos em sistemas artificiais.
Ao projetar um modelo cognitivo de funcionamento da mente e implementá-lo em um sistema de controle para um robô, "já se estão introduzindo fatores psicológicos, como é o caso dos mecanismos de atenção. Assim poderíamos dizer que um robô se distrai quando seu sistema de atenção não funciona bem," diz Arrabales. O mesmo ocorre no caso das emoções cuja simulação em sistemas artificiais serve para "concentrar a atenção nas tarefas mais gratificantes," conclui ele.
Nenhum comentário:
Postar um comentário